25/11/2008

Tiques e aproximações

Fui ao meu baú de crónicas publicadas repescar duas para as exibir como "tesourinhos deprimentes" do Presidente da Câmara Municipal de Sesimbra, Augusto Pólvora.
Nunca, como hoje, foi tão evidente como a minha crónica "Desculpas e obrigados" publicada em Janeiro deste ano no Jornal Raio de Luz se mantém tão actual.
Nessa altura, o Presidente da Câmara utilizou um espaço nesse mesmo jornal para rebater aquilo que eu havia denominado de "Incoerências" na governação autárquica do concelho. Hoje com a maior parcimónia, o sr. Presidente sente-se no direito de fazer um "Pedido de Rectificação" no Jornal Nova Morada, pondo em causa a forma como a redacção do Jornal efectua paralelismos entre o anúncio da adjudicação de um estudo estratégico de turismo e uma entrevista publicada na mesma edição.
Bem sei que "burro velho não aprende linguas", mas isto parece-me um pouco exagerado.
Mais ou menos descabido que se possa achar da forma como é tratada uma notícia na imprensa, não pode o Presidente da Câmara eleger-se provedor das publicações que o rodeiam.
Semelhante incursão demonstra tiques de totalitarismo, má relação com a critica e só encontra paralelismo em pessoas como...
...Manuela Ferreira Leite, que também disse que não deviam ser os jornalistas a decidir o que publicar.
Mais uma vez se percebe quão próximos estão o PCP e o PSD em Sesimbra.

1 comentário:

Anónimo disse...

Infelizmente, os Jornalistas e cronistas são todos bastante úteis apenas quando divulgam pareceres e opiniões vigentes nas autarquias. Quando o mesmo não acontece, passam de bestiais a bestas em menos de 5 segundos.

Os comentários da Dr.ª Ferreira Leite (muitos deles) têm estado na origem da queda do PSD em qualquer sondagem. Ou, como se diz em Sesimbra, têm feito os sociais-democratas andar "à roleta".

Acabei o meu curso em 2001 e ainda hoje, 7 anos depois, se discute a questão dos gatekeepers e a censura no Jornalismo. Felizmente, ainda há quem apregoe aquilo em que acredita. Até porque o 25 de Abril mudou essa visão da participação cívica.

No entanto, há muito tempo que não assistia a tanto controlo, repressão e censura como agora... em todas as áreas da nossa vida política, cultural e social.

(T.Santos - patte.noire@gmail.com)